
Fibromiomas uterinos
– O que são fibromiomas uterinos?
Tumores benignos, não são cancro.
Proliferação de músculo na parede do útero, classificados como submucosos, intra-murais ou sub-serosos.
Muito prevalentes, 35%-50% das mulheres.
– Quais são os sintomas
Podem não ter sintomas
Hemorragia uterina anómala – durante o perído; fora do período
Sintomas compressivos – recto, bexiga, aumento do abdómen
Dores durante a menstruação
Infertilidade
– Como se tratam?
Assintomáticos nada.
Sintomáticos – pílula, esmya (acetato de ulipristal), ferro para corrigir a hemoglobina.
Miomectomia; histerectomia.
Embolização uterina
Embolização uterina nos fibromiomas uterinos
– A embolização uterina nos fibromiomas uterinos funciona da mesma forma que a embolização das artérias prostáticas.
A bem uterina é muito eficaz
Mioma hipervascular – não resite; útero fica viável.
– Qual a principal vantagem desta técnica para as mulheres?
Preservar útero
Minimamente invasivo – 30 minutos
– A maioria das mulheres consegue engravidar?
O nosso centro publicou em 2016 uma das maiores séries do mundo de mulheres com miomas tratados por embolização e que conseguiram engravidar após o tratamento na mais importante e reputada revista de radiologia americana a radiology.
359 mulheres que queriam engravidar. No seguimento, 149 engravidaram – 42%
131 nascimentos de bébés – 36%
18 abortos – 12%
Taxa de gravidez espontânea sem assistência médica de 29.5% ao fim de 1 ano e de 40.1% ao fim de 2 anos.
Sucesso clínico no alívio sintomático de 78.6% (282 de 359).
Várias outras séries de outros países demonstraram que é possível engravidar após a embolização uterina, contudo as expectativas têm sempre de ser geridas de forma adequada a cada caso em concreto, uma vez que a infertilidade é uma área muito complexa devido à sua natureza multifactorial.
Adenomiose
– O que é a adenomiose?
Invasão benigna do endométrio no miométrio, com aumento das dimensões uterinas.
Na parede do útero, no seio do m´suculo liso, observa-se uma proliferação de tecido ectópico, benigno, com glândulas endometriais e estroma.
Prevalencia de 20%–25%.
Diagnóstico por ecografia e RM, sendo que a RM é a técnica de maior acuidade diagnóstica.
Pode ser classificada de difusa quando invade todo o útero ou focal quando invade apenas parte do útero.
Difuaa, focal
– Quais os sintomas e resultados da embolização uterina?
- 1/3 assintomática
- Hemorragia uterina no período (50%)
- Dores no período (30%)
- Hemorragia uterina fora do período (20%)
- Dor durante o acto sexual
- Infertilidade
- Abortos
- 20% das mulheres com adenomiose têm menos de 40 years, sendo que a grande maioria (80%) das mulheres com adenomiose têm mais de 40 anos
- Fertilidade é um problema – podem ser necessários tratamentos de fertilidade
- Quanto mais nova menor a probabilidade de ter queixas
- Tratamento médico mais eficaz quanto mais nova
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- 80% das mulheres com adenomiose têm 40–50 years
- Mais sintomáticas
- Frequentemente já tiveram várias gravisezes e filhos – fertilidade não é o problema
- Tratamento médico menos eficaz
- As melhores opções são a embolização ou cirurgia para controlar os sintomas
- Agonistas da hormona libertadora da gonodotrofina (GnRh-a – Goserelin, leuprolide e nafarelin) são o tratamento médico:
- Melhoria temporária dos sintomas
- Elevada taxa de recidiva e aumento do tamanho do útero
- Efeitos adversos frequentes – síndrome vasomotor, atrofia genital, labilidade emocional, osteoporose e ateroesclerose impedem o seu uso por longos períodos de tempo.
- Muitas vezes usada como adjuvante ao tratamento cirúrgico uma vez que é ineficiente quando usada isoladamente.
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- O tratamento de 1ª linha consiste na utilização de dispositivos intra-uterinos com Levonorgestrel (Mirena®)
- Taxa de satisfação das doentes de 72.5%
- Redução do tamanho da adenomiose em 24.2%
- Efeitos secundários: corrimento vaginal prolongado (58.3%); expulsão (37.5%)
- 16.7% de histerectomia por insucesso clínico
- Taxa global de sucesso clínico de 68.8%
– As dores e hemorragias terminam com a embolização?
- 27%-51% de redução no volume uterino
- 24% de redução da adenomiose
- Redução das dores em 55%-93%
- Redução da hemorragia em 46%-82%
- Taxa de gravidez com sucesso (5/54 pts – 9%)
- Taxa de cirurgia após a embolização por insucesso clínico 13%-28% até 7 anos após a embolização
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- Contra-indicações: assintomática; pos-menopausica; neoplasia/infecção
- Como aconselhar as doentes?
- De acordo com a idade e planos de gravidez, severidade dos sintomas/queixas, dos diferentes tipos de adenomiose, expectativas e objectivos de tratamento, é possível aconselhar as doentes sobre as melhores opções para tratamento – mirena, embolização ou cirurgia.